Compartilhe e Siga-nos!

domingo, 27 de março de 2011

MELHORES DO ANO ?



Hoje, tive mais uma vez o desprazer de ver os Melhores do Ano da Globo. A idéia do prêmio, bom, é muito boa! Poxa, os caras ralam, tem toda uma equipe por trás, mas se limitar apenas aos profissionais ligados a TV Globo, putz! Isso é uma falta de reconhecimento, trabalho, dos outros profissionais do mesmo ramo! Uma falta de bom senso geral!

Se quer fazer uma coisa fechada a sua emissora, deixe uma coisa bem clara desde o início, não são os melhores do ano, são os melhores da globo! Para assim, ficarmos todos cientes que são os melhores do ano na globo! Pois além de ter de aturar, Restart ser a banda revelação, eu ainda tenho de engolir que aquilo foi o melhor do ano! Cadê os outros? Há muita gente boa aí fora.
Mesmo sabendo que é fechado a esta emissora, eu ainda acredito que um dia alguém vai falar sobre esta ignorância global!
Só você, meu amigo Silvio Santos, com seu Troféu Imprensa!

domingo, 20 de março de 2011

OBAMA NO BRASIL






Ele não vem. Já chegou! Disseram que falaria ao povo em praça publica, mas acredito que a sua comitiva não achou seguro ali, na Cinelândia, símbolo de lutas no Rio de Janeiro. Ali não. Depois que souberam que a Cidade de Deus, como em qualquer outro lugar, os seus moradores subiriam nas lajes, venderiam coisinhas, mostraria de fato a massa deste país, em sua realidade, bem, fizeram exigências, e a CUFA (Central Única das Favelas) não gostou nada.


Como qualquer outro presidente que nos visita, falou da alegria que passamos, do belo país e da nossa força adormecida. Nenhuma novidade. Nossa alegria tem data e locais certos. O belo país está sendo destruído onde podemos usufruir, e a nossa força ainda está em somente um dos braços deste gigante adormecido. Mas não sou contra a pessoa de Obama. Nem poderia, ele assim como até mesmo alguns brasileiros só conhecem o que lhe mostram. Eu sou contra a comitiva pomposa, já que ele, bem, não é mais o homem tão poderoso do mundo. Agora há outras potências bem mais complexas e o futuro do seu país bom, nem sei pra onde vai.
Mas a culpa é nossa! Nós lavamos até mesmo a calçada para ele! Mandamos os moradores fecharem as janelas quando ele passar e marcamos no domingo a tarde como um belo fla-flu, ir vê-lo discursar. Gente, acredito que 90% das pessoas que estariam ali, em praça pública, não entenderiam o que estava falando! Pessoas alienadas como só nós conseguimos produzir. Porque no Brasil, vamos acabar com o analfabetismo, vamos ter num futuro bem presente o analfabeto crítico. Teremos cidadãos bem letrados, e bem mandados!
Não sou contra a pessoa do presidente americano, mas contra os brasileiros que fazem disso uma festa! Sei, que em muitas partes do mundo fazem. Mas não vamos copiar os erros dos outros!
Então, quanto não volta interromper a programação e corta o meu filme, vou ver o Rei Julian.  

quarta-feira, 16 de março de 2011

SOLIDÁRIO

Há muito tempo ouço falar que o brasileiro é solidário. Depois das enchentes, desmoronamentos e tudo quanto foi catástrofes sofridas, nós, os brasileiros, estamos lá, ajudando, apoiando sendo elas aqui ou em outro país. Já li também que os brasileiros, nós, somos os mais solidários também para pedintes. Sim, aquelas pessoas que estendem a mão e lhe dão papelzinho com uma história triste, ou aquelas dos sinais (farol) que lhe estica o braço enquanto seu carro aguarda o sinal. Aqueles que ficam sentados apenas fazendo sinal onde você deve colocar seu troco. Os que lhe abordam para pedir onde quer que esteja. E os que faltam esfregar a doença ou ferida par você sentir repudia e dar logo o que tem.
              
  Ser solidário é legal. Mas o problema da solidariedade é quando vira obrigação. Quem nunca foi quase obrigado a dar alguma coisa para alguém na rua? Não estou falando de assalto, e sim aqueles que não saem da sua frente até você dar o que tem. Aqueles que param somente mulheres e idosos. Aqueles que não lhe deixam sair. Uma coisa que era pra ser voluntária torna-se obrigação do cidadão. A solidariedade torna-se hoje tão obrigatória que quando já uma desgraça em qualquer lugar, o governo, prefeitura já abre uma linha para doações. Onde esta a renda de nossos impostos?
                Bem, não quero ser contra o carnaval, mas depois que li que cada escola recebe cinco milhões de reais para fazer seu desfile e não saber para onde volta este dinheiro todo, na boa, fiquei ainda mais grilado quando o governo pede doações. Não estou dizendo que não devemos doar, mas o governo pedir quando o povo necessita para mim é uma cara de pau sem tamanho. Doar é bom, mas fazer isso virar regra, uma base das coisas é roubo!

sábado, 12 de março de 2011

TREMORES NO JAPÃO

Nem sei o que dizer. Mas todos os internautas já devem ter ouvido falar dos tremores no Japão. E todos devem também saber que eles são treinados e educados a se protegerem nestas circunstâncias. Mas mesmo que sejam fortes, como são, criativos e inteligentes, o que estão passando atualmente é uma barra.

Os caras, de olhinhos puxados, conseguiram se adaptar a serem moradores de um país ilha, sim, pois mesmo para alguns séculos atrás, isso seria um grande problema, pois não teriam lenha suficiente, não teriam terras suficiente e mesmo assim, eles ousaram. Criaram. A grande mania de um brasileiro hoje de ter aqueles pézinhos de tomate nos fundos de casa, próximo a janela é cultura passada por eles. As formas de novas tecnologias para locomoção, compactação, todas estas coisas. E por isso, estou muito triste com mais esta dificuldade que estão passando. Não conheço um japonês, mas os adimiro muito e estou desejando muito que superem esta também, ainda mais com seus reatores super-aquecidos.
Bom, era isto mesmo! Desejo muita força e garra para eles! Amigos daqui do lado, do outro lado do mundo!

SOBREVIVENTE...


Hoje faz exatamente uma semana desde que começou a cair fogo dos céus. Mesmo depois, não consigo acreditar no que realmente aconteceu. Era manhã de quarta feira. Eu estava saindo para o trabalho, estava em um ônibus quando começou, pelo menos aqui. Um clarão forte no céu que mesmo com o sol, foi possível perceber e voltar nossos olhos para ele. Eles entraram em nossa atmosfera fazendo com que fogo caísse sobre a terra. De todos os tamanhos e tipos. Muitos pensaram ser algum avião desgovernado, ou um ataque terrorista no Rio de janeiro. No Brasil, mas não era.
                O trânsito parou. As pessoas foram atraídas para aquelas coisas caindo. Alguns iam em suas direções pensando se tratar de uma queda e poder ajudar, mas antes que pudéssemos saber o que eram, eles atacaram. Explosões, fogo e muitas formas de matar. Onde eu estava pude ver todo um viaduto ser arremessado, e carros, caminhões, pessoas serem lançadas no ar. Eram naves. Naves como em nenhum filme ou livro puderam descrever. Sua forma modificava a cada movimento, e suas armas pareciam saber onde as pessoas estavam. Não sabemos ao certo o que os motivou, e do jeito que as coisas estão caminhando, é possível que morremos sem saber o porque disso tudo. Eles desceram dos céus e nos atacaram. Sem nos dar uma chance de se defender.
                Eu tentei voltar para casa, para as pessoas que eu amo, mas fui impedido. Em meio a fogo e explosões fiquei preso próximo a Linha Amarela. Com o passar do tempo pude perceber que estavam atacando os prédios e aglomerados de pessoas, não importando onde estivessem, pareciam saber. Então fiquei escondido nos destroços do viaduto até não poder mais os ver nos céus. Foram horas para isso acontecer, pois quando parecia que havia acabado, um helicóptero desavisado e mal preparado era atingido pelas naves que atravessavam como se fosse papel. Corpos, choros distantes era ouvido, mas não achei seguro tentar sair de onde estava, e com o passar das longas horas, escureceu. Os choros cessaram. Só havia agora os corpos. Nunca ficou tão escuro como naquela noite. Nem quando faltava luz no meu bairro trazia tantas trevas. Eu podia ver somente os incêndios em cima dos escombros de casas, prédios e carros. E quando não consegui ouvir som dos céus sai de onde estava. Caminhei com cuidado e muito medo. Não estava ferido, mas estava desesperado. Tinha cuidado para não pisar em corpos ou ser visto. E quando já chegava o sol, no fim da madrugada, encontrei um pequeno grupo de pessoas. Eles estavam tão desesperados quanto eu, mas também haviam percebido que fugir dos lugares grandes e cheios era o melhor a se fazer.
                Éramos agora umas vinte pessoas. Quase em sua maioria mulheres e crianças. Os poucos homens eram policiais ainda vestidos, jovens e pais de família. Carregavam armas, mas parecia ainda não ter tido oportunidade de usá-las. Ficamos por um tempo em lugares destruídos e sem chamar a atenção. Os satélites ainda estavam funcionando, então era possível usar os celulares. As informações foram chegando pouco a pouco. Não era somente no Rio de Janeiro, mas em outros países também. Ainda estavam lutando em muitas partes, mas não sabíamos sobre vitórias do nosso lado. Pelo que ouvimos, os ataques já não se limitavam nos céus, eles agora estavam em terra, com veículos grandes e destrutíveis. A cada novidade dada pelos estranhos no celular deixavam a todos desesperados. Alguns não sabiam se rezavam, oravam, ou se acreditavam em Deus. Aquilo nunca foi descrito em nenhuma religião. Para mim, ataques, destruições mirabolantes estavam nos filmes que adorava assistir, mas nunca havia pensado que veria aquelas cenas de verdade. Mas agora estava sem rumo.
                O grupo sofreu uma baixa terrível no segundo dia. Duas crianças e três homens foram mortos por eles. O choro de uma das crianças, que era recém nascida os alertou para nós. Foi uma correria com muitas explosões. Nos separamos, foi aí que eles foram mortos. Depois percebemos o quanto era necessário o silêncio. Pareceu que alguns agradeceram por termos perdido o recém nascido pelos seus choros. Foi terrível, mas as vezes me pego concordando com eles.  

sábado, 5 de março de 2011

MEU NOME É LUCAS. PARTE II

Me sentei em um bar pequeno e escuro em um dos corredores onde as carnes se mostravam prontas para serem preparadas. Mulheres de vários tamanhos, cores e formas. As pessoas mais variadas vão para aquele lugar. Gringos com meninas novas, empresários, garotos novos em suas estréias e os seus freqüentadores permanentes. Eu já havia estudado o lugar, calculado o tempo que levava para esvaziar o máximo e para caminhar até o carro. Não o dele, porque bandido, santo ou não, gosta de aparecer. Ele deixava o carro quase fechando a rua, então seria no meu mesmo. O porta-malas estava a sua espera. Eu, com o meu pequeno caderno de anotações e uma garrafa de cerveja aberta em minha mesa. Claro, somente as carnes a minha volta bebiam. Não podia chamar a atenção para mim, já que não voltaria durante muito tempo, assim como o Cabeça. Sabe aquela sensação sufocante de êxtase e ansiedade? Eu as tenho, mas aprendi a usar ao meu favor. Meu coração batia cada vez mais forte quando ele se levantava durante a noite. Não sem compasso, apenas forte e lento. Ele também aprendeu certos truques.
Eu iria ter somente uma chance naquela noite e não poderia perder tempo quando isto acontecesse. Os quartinhos das putas são um do lado do outro, num corredor minúsculo. Pra minha sorte, as paredes não são de cimento, era só entrar em um vazio, sair e chegar até o dele. Teria alguns problemas pela frente. Primeiro, estes lugares são protegidos por homens armados, policiais, bandidos, seja lá o que for, mas daí vem o lado bom. Quem imaginaria isso, num lugar de policiais? Eu. Às 3 horas da manhã ele já estava pronto para subir com uma mulher. Era a minha hora, e na minha sexta cerveja, que estava na mesa, coloquei em um dos copos um pouco de uma mistura particular, e dei a uma das mulheres. Era o sinal que eu havia a escolhido. Ele subiu. Eu, logo atrás sendo levado carinhosamente por uma mulher. Paguei no balcão seu valor, e o cafetão me deixou entrar. Ela esperava muito naquela madrugada, assim como eu, mas não era a mesma coisa. Ela talvez quisesse um pouco de prazer pra variar, mas eu estava trabalhando. Entramos no quarto, pude ver de relance o Cabeça entrar no do lado. Fui beijado, uma coisa rara, já que isso é proibido no código das putas, mas eu não neguei. O doce gosto do álcool em sua saliva era perturbador, mas fingi interagir. A coloquei na cama fina de colchão rasgado. Ela se permitiu deitar. Olhei bem seu rosto, e naquele momento pareceu que estava fitado em seus olhos castanhos, e nos fios pintados de negros do seu cabelo caído por sobre a testa, mas não estava. Estava me aproximando ainda mais dela, a parede, para ouvir os movimentos do quarto ao lado. Ela não percebeu, e nem poderia, estava agora tão distraída com seu próprio corpo que quase havia esquecido da pequena mistura em sua bebida.
— Eu vou descer, amor! Me espere um pouco?
Com uma voz carregada ela disse e logo em seguida saiu correndo pela porta tapando a boca. Meu prazer estava chegando. Me levantei. Com metade do rosto pela porta observei um dos lados do corredor estreito. Saí e fui até a porta ao lado. Com a mão fechada, e concentrado no que fazia bati a porta forte. Senti que pararam os movimentos no interior, então disse com uma voz pesada:
— Vem aqui embaixo! Agora!
O som repetitivo de antes findara. Poucos segundos depois saiu a mulher de aparência melhor que a que estava comigo. Ele tinha bom gosto. Mesmo sendo um pouco mais velha, ela era muito atraente. Ela desapareceu no fim do corredor em uma escadinha estreita. Eu agi.
A porta não ficou fechada, o que facilitava muito as coisas, pois o negócio de arrombar portas sem estragar a fechadura ou sem quebrá-la, somente nos filmes. Eu a empurrei de leve. Por baixo da luz fraca que escondia o rosto dele e adentrei. Ele tentou um movimento brusco como quem leva um susto enquanto dorme, mas meu braço foi mais rápido. O acertei na cabeça com um pedaço de madeira que levo comigo nestes casos. Sem barulho muito alto de arma de fogo, sem gritaria, apenas o leve som abafado de carne e osso sendo espremidos. Bastou apenas duas, ele já havia ficado desorientado com a primeira. Estava feito uma parte do trabalho, agora deveria tirá-lo de lá. Ainda estava de roupa, uma calça jeans boa, da marca e uma camisa social aberta com botões. Aquele corpo imóvel em colchão fino e sujo com panos encardidos. Que lugar nojento. Mas o que mais me encanta nestes lugares são as facilidades de se sair deles. Não poderia voltar com um homem desacordado pela porta da frente. Ele havia chegado só, e eu não poderia ser reconhecido. Não tenho planos de voltar aqui, mas o trabalho pode me chamar.

quarta-feira, 2 de março de 2011

MEU NOME É LUCAS

O sol está de matar esta tarde. O dia normal, com crianças brincando na rua de asfalto quente, com portões nas calçadas e mangueiras nas mãos dos donos, tentando diminuir o que sentiam. Eu estou em meu carro. Ele não chama atenção, pois estacionei perto de outros velhos, e como não é deste ano, ele passa sem que ninguém o perceba. Todos estão com um foco. As crianças correndo atrás da bola, os adolescentes soltando pipas nas lajes, as donas-de-casa velhas e de barrigas de fora, como se fossem garotas, molhando as calçadas e o meu foco, parado na esquina. Sentado numa cadeira de plástico, o maior predador deste local. Não é velho, mas a fama dos atos que cometeram e que comete vai longe. Quem o olha agora pode se arrepiar pelo que carrega, e não estou falando dos cordões, pulseiras ou das armas em seu corpo, as quais nem mesmo sei manejar, granadas, rádio de longo alcance, entre outras coisas; mas do sangue que leva em suas mãos. Ele dá a ordem para matar, ele mata. Mas, neste momento, ele está entre os que o respeitam. Dá um dinheiro para um moleque que se aproxima, joga beijo para as meninas que passam em grupo e que respondem com sorrisos denunciáveis. Ele está em seu habitat. Nada mais difícil para um caçador que busca uma presa em seu habitat natural, mas ao mesmo tempo gratificante.
Não sou deste lugar. Não deste específico, não moro nesta favela, mas morei em outra, e conheço bem os passos básicos de um traficante. Quase não tem vida social ativa que preste, o que dificulta para ser pego. Mas o que é bom nestes casos é que são 100% previsíveis com seus horários. E isto já descobri há algumas semanas observando o predador.
Ele não foi o primeiro que escolhi, e nem será o ultimo, pelo menos até eu ser pego. Descobri o seu nome quando estava em outra caçada. Estava seguindo um cara conhecido como Cabeça, atrás da Leopoldina, onde funciona um dos maiores prostíbulos do Rio de Janeiro. Eu estava na sua cola há duas semanas, e estava escorregadio, pois ao contrário do de agora, este podia sair do seu habitat, o que o tornava mais interessante, digamos assim. Adorava mulheres, mas não as das favelas; meninas novas, mas as dos inferninhos. Mulheres com experiências e da cor e corpo que desejasse, como carnes à mostra em um mercado. Esta sensação parecia ser mais excitante para ele que o próprio ato. Ele era um doente. Não era por isso que o seguia, mas pelo que fazia em sua maior parte do tempo. Cabeça era o chefe do tráfico de um morro, e muito conhecido pelo lugar. Moradores iam até ele para pedir favores, ajuda financeira e tudo que pudesse desejar. Ele atendia, era como um santo com seus fiéis. Eu pude ver certa vez como ele os tratavam. Realmente era uma ação quase que da Cruz Vermelha ou da ONU. E mesmo assim o escolhi para caçar.
Não sou um assassino. Não me definiria perfeitamente. Nem sou um justiceiro. Não me importo com as outras pessoas, apenas faço o que tenho que fazer. E mesmo parecendo ser completamente errado o que fiz, posso garantir que não foi. O sujeito dava uma de santo durante o dia, mas à noite, com seus comparsas, era conhecido pela brutalidade com que matava seus inimigos e desconhecidos também. A diferença básica de se morar num local dominado pelo tráfico é que há um sentimento muito grande de comunidade perante eles. Quem é de dentro, se não vacilar, é bem tratado, mas os de fora, bem, são sempre estranhos. Isso era no meu tempo, agora não se tem mais essa não. Por trás de qualquer obra beneficente que um traficante faz, há uma razão da qual quase nenhum morador sabe. Os brinquedos montados aos domingos nas entradas das favelas não são para as crianças se divertirem, e sim para barrar a entrada da polícia. Os bailes não são para dançar, e sim uma forma de divulgação de mais drogas e de exposição do poderio bélico. E isso, o santo Cabeça, fazia muito bem. Mas a noite era dele, e fora da favela, todas as quartas-feiras. Ao menos ele achava que seria dele, já que eu o aguardava. Ele seria meu. Um homem tão poderoso quando é pego, há um sabor no ar que exala. Dizem que podemos sentir o seu medo quase que como matéria física. Eu sentiria naquele momento, só teria que aguardar.

..................
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Compartilhe nas Redes Sociais